quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Tempo que Fosse

Esquadrinhasse o ralo que a tudo engole
Pervertendo o inverso que a vontade tira
Fincasse o impetuoso como ilustre e insole
Fitando impiedoso a incontrolável ira

E no açoite altivo ao que tudo arrasta
Empalecesse a luz da natureza que aduzira
Posto insensível ao palco que devasta
Madrasta mão que a razão subtraíra

Restasse forte ainda o gosto que não gasta
E revidasse a crua face que não vira
Ferira o corte com um basta que não basta
Com afoito grito que jamais se ouvira

Seguisse adiante a tenebrosa escarcha
Acovardando o que airosamente convalida
Sangrasse nua sua absurda marcha
Murchando surda, vaga, rouca e entorpecida
George Arribas
Posted by Picasa

Um comentário:

  1. Poeta, meu poeta
    que viagem louca é essa pelo tempo? quando absurdamente ele arrasta tudo com mão madrasta ?
    viagem, miragem,loucura, dor !!!
    Hermetismo poético puro-sangue.
    Bravíssimo !
    Tereza

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