segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vendaval



Linda morena,
teu olhar me acena um leve adeus,
na paz dos céus, na flor que nunca soube dar...

Ouve que a música,
é um vendaval na paz de Deus,
louvado seja assim,
assim como o silêncio é ateu...

E só, és simplemente o fim 
a sensação de um despertar na rua.
E ao invés de descansar em mim,
recusas como farta a forma de meu verbo...

Linda morena,
quem sabe a pena desse olhar,
seja um adeus, dos céus num leve aceno teu !

George Arribas

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poeira


Trago no peito a poeira do caminho
transformada em lápide do passado
marca do tempo que refaço e avizinho
como uma sombra decalcada no traçado.

Os meus olhos seguem imagens em desalinho 
colando réstias e vultos em meus pedaços
escasseados retraços que adivinho
desatados e sozinhos em cada laço.
George Arribas

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estranho Alado



Esse canto é corte, é morte, é sanha
desbotando em meu leito um feio trato...
Uma loa valente, que arde e inflama,
as entranhas do peito estupefato...

Como saga de uma flor que assalta e assanha,
possuindo os amores que eu rechaço...
Estilhaço que fere, arrega e arranha,
a façanha aturdida em descompasso.

Uma  face sem cor de dor tamanha,
debruçada no espelho do abstrato...
Que transforma saudade em coisa estranha,
e exala em meu leito estranho extrato...
George Arribas