terça-feira, 5 de junho de 2018

E a Neve Cai...


Fria saudade leve e a neve cai...
Arde, queima a verve que me agita
Grita no silêncio dos meus ais,
onde cai a neve, que me fita !

Grita a saudade inerte e a neve cai...
Qeima no silêncio que me fita
Agita, fria verve em frios punhais
Onde arde a neve, que me habita !

George Arribas

Demorar...




E lá vou eu rodar,
 qualquer direção...
Um vento aflito, esquisito dá pito no meu coração...
Soprando leve, mas ferve a neve da minha paixão...

 E lá vou eu, vou lá,
Meio a multidão...
Quando ela passa sua graça embaraça a minha visão
Quando ela passa seu corpo abraça, a minha ilusão...

E lá vou eu voltar,
Meio a escuridão
Um tempo aflito, infinito dá grito na minha razão...
Soprando breve, na verve que serve a minha emoção...

Demorar, demorar, eia, eiá !
Demorar, demorar, eia, eiá !

George Arribas

terça-feira, 22 de maio de 2018

Entre Parênteses...


Entre as tuas portas, me lancei...
Entre os teus mistérios, eu me procurei...
Entre as tuas sombras, me arrastei...
Entre a tua sorte, eu me debrucei...

E eu te enxerguei, por te despir, assim demais...
Como um nunca mais, para um nunca mais, 
talvez...

Entre as tuas cordas, te alcancei...
Entre as ruas tortas, eu me torturei...
Entre as tuas chagas, me entranhei...      
Entre tuas paredes, eu me reclusei...

E eu te perdi, por te despir, assim demais...
Para um nunca mais, como um nunca mais, 
talvez...

George Arribas

domingo, 20 de maio de 2018

Barqueando...


Um barco à beira do mar,
eu a olhar lugar comum...
Ondas que dançam à cantar...
Sinfonias de um viver sem fim...

Como assim é sonhar, 
o imenso mundo de si...
Parar na vida e pensar, 
Quem não viu, tanto amor assim...

Pra contar e ver
que a vida são ondas bem além 
dos olhos, bem como nós 
Imensos n'água, não vêem nada,
Não sabem nada...

George Arribas

terça-feira, 15 de maio de 2018

Cantiga pra Raphael




Uma estrela de brilho incandescente... 
E uma crescente certeza em mim, se faz então. 
Não estás longe, nem tão pouco estás ausente, 
distante apenas, pra te tocar com a minha mão...

É tão sublime essa beleza que eu divido,
entre os meus dias e minhas noites em solidão...
É a tua voz que consola o meu gemido,
a tua sombra vive em nós, meu coração!

És todo tempo, esse tempo que eu duvido...
Duvidando uma eternidade que tem fim.
Sempre hás de ser maior, maior que tudo que haja havido...
Criaste um céu, um imenso céu, morando em mim...

George Arribas

Lia


E Lia ria pela estrada nua,
que se lhe abria como caminhada.
E perseguia uma ensandecida lua,
que se movia, como se fosse alada...

E Lia ria como quem fugia,
da primazia de uma sorte errada...
Que lhe valia uma envergonhada rua,
que lhe acolhia, como se fosse amada...

E Lia ria como lhe aprazia,
como quem sorria do que pranteava...
Chorava Lia como lhe cabia,
como bem queria, do que lhe tragava...

E ria Lia como quem urrava,
o que suportava, o que lhe doía...
Como quem amava, Lia não vivia.
Lia só morria, como quem vagava...

George Arribas

Funeral do Tempo


Definha o tempo e ao vendaval se entrega,
trôpega nau navega pelo temporal...
E sem escolha, voa aos mares que renega,
nega o que mais quisera, veste o seu próprio mal

Deita a esperar então, pelo o que não mais espera,
réstia da agonia louca do seu irreal...
Já não lhe resta mais a flor da primavera,
só uma quimera triste, assiste o seu funeral! 

George Arribas

Rumo


Rumo, caminho e rumo,
desassombro e assumo,
a sombra de ninguém...
Rumo, no meu desaprumo
e me desarrumo no caminhar também...

Rumo, sem destino ou prumo,
perseguindo o rumo,
de quem nunca vem...
Rumo, farto e me acostumo,
o fado que perfumo,
o rumo que não tem...

George Arribas

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Meus Telhados


Desventuras coração, estranhos lados, 
que de agruras bates e partes sem bater...
Estranhos ninhos sozinhos, os teus
cercados,
despindo sonhos e pecados do viver...

Desmensuras coração, os desalmados,
das alturas misteriosas do teu ser...
Melhor quiseras à solidão dos teus telhados,
melhor fizeras o que não tinhas que fazer..

George Arribas

Louca Razão


Ah louca razão que abraço e insisto,
repousas emoções cheias de agora...
Lá fora, um coração que não resisto,
cá dentro, um coração como de outrora...

Ah louca razão que laço assisto?
O que instiga em mim tão docemente,
que a natureza fez tão belamente...
É pecado o que sinto ou o que conquisto?

Se em vão desisto, só cabe a mim a dor da hora...
De ser cruel e assim fiel, impunemente...
Se o eternamente é eternamente cheio de agora,
minha alma chora, cheia de agora e eternamente...

George Arribas

Emoções


Doce emoção que então se faz em mim...
Como varrendo meus sentidos e pulsões, 
me refazendo em meus caminhos e canções, 
me decalcando em meus pedaços num sem fim...

E gritam em mim, em fina arte dolorida,
sentimentos e universos que entoam,
universos de emoções que em versos voam...
E encontram à toa, a minh'alma já despida...

George Arribas

A Noite


Assalta-me a beleza de infinita altura,
de infinita paz que apraz o que mais sinto...
E sinto a calma, salva na teimosa alvura,
a desenhar figuras que a mirar pressinto...

Desfaz-se o dia então a recitar finuras,
no salpicar de estrelas, no sombrear das ruas...
Despe-se na imensidão despudorada a lua,
Oh, noite clara impura, insistes em minh' alma escura...
George Arribas

O Quiromante


São tuas linhas tortas, frias, segregadas,
entre correntes fortes nos teus desalinhos...
Torrentes, cortes, profecias desvairadas,
que a segredar recorres a embebedar-te em vinhos...


É fado, é fardo os teus descaminhos,
teus ninhos de nada, urram tua solidão...
Já não percebes mais a dor dos teus espinhos,
o teu destino espelhas e espalhas pelas tuas mãos...

George Arribas

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Retalhos


Marcas, cicatrizes, matizes todas aos retalhos...
Pedaços frios, tão falhos, matrizes frias de uma dor...

Cascalhos às cinzas, cheiros de sós e passado...
Cheios de nós terminado, em sombras tristes deitou...

George Arribas


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Perdoa


Perdoa essa atrocidade meu menino.
Perdoa, essa absurda estupidez,
perdoa esse infeliz, cruel destino... 
Perdoa meu menino, o que se fez !
 
Perdoa essa perversa inconsequência...
Desalmada ignorância, insensatez,
desumana intolerância e violência.
Perdoa meu menino - só essa vez !
 
Outros mares, outras ondas te levaram,
pra bem longe, onde o amor e o perdão...
Já te acolhe, já te embala, meu menino,
consolando em parte assim, meu coração!
George Arribas

sábado, 30 de maio de 2015

Sombras e Vestígios


E assim vaga meu peito pela noite escura
No tom dessa amargura que procura o cais
Meu pinho então se faz a dedilhar loucura
Vestida de ternura a tua tez não jaz...

Minha alma se refaz da natureza impura
Na fria sepultura onde murmura paz
Por Deus onde andarás a destilar candura?
Aos céus minha clausura já não suporta mais !

George Arribas




domingo, 29 de março de 2015

Ainda


Agarrei o teu retrato
duvidei o teu distrato
e abracei minha dor,
e ainda...

Derramei o teu extrato
reclamei o teu maltrato
e maltratei meu amor,
e ainda...

Ainda conto, como um conto de você
guardando os dias sem querer
e de repente um novo ainda...


Ainda conto, como um conto de querer
guardando os dias sem você
e de repente um novo ainda...

Declarei o meu recato
maltratei o teu retrato
e duvidei meu amor
Ainda...

George Arribas

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Eternizando


Paro no tempo que persegue meu segundo
Divago em sonho profundo - congelando meu cenário...
Nos tique taques que sinto, sinto vontade de mundo
Reviro a cor, tiro o fundo desse estranho calendário...

Quero meu tempo, quero dançar contra a dança...
Quero trançar contra a trança, quero soprar contra o vento...
Quero parar meu momento, quero sentir de verdade
Saudade da minha saudade, saudade do meu pensamento... 

George Arribas


domingo, 22 de dezembro de 2013

O Sol






Tão belo pássaro, indômito e glorioso...
Num desafio sereno e desarmado
invoca os deuses no traço majestoso,
descreve a vida num arco caprichado

Que poesia na luz dessa alvorada,
passeia alada, incólume e se adestra?
Se a fantasia esconde a mágica encantada,
de sapiência natura então se infesta.

Pura heresia olvidar que então se encerra,
a travessia que se esconde bem adiante.
Pois se anuncia, onde encontra céu e terra
a poesia pura e casta do horizonte.

E se recolhe taciturna a passarada,
se manisfesta inculta, oculta face que não vê.
E em romaria, abrasando nuvens pasmas
descansa as lavas misteriosas do viver.
George Arribas
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Poema de Pelúcia


Contemplo a dor de uma existência aflita
que fita o amor com insistência do alvo errado.
Mundo cinzento no concreto que limita
o horizonte sem a beleza do ‘pecado’...

Seja o meu verso de pelúcia um desvairado
enlouquecido pela força de uma canção,

que exalta o amor dos poetas enamorados,

movido apenas pela força da paixão.

George Arribas







terça-feira, 29 de outubro de 2013

Meu Pai


 
Por tantas vezes me velasse o sono,
por tantas vias me levasse nos teus braços...
Por tantas vezes me vestisse nos teus sonhos,
por tantos dias de alegria em teus abraços...

Por tanta luz, junto a Deus na eternidade,
serás estrela, e serás sempre a de mais brilho...
Brilhando sempre um poema de saudade,
por tantas vezes que chorar teu filho !

George Arribas

domingo, 27 de outubro de 2013

Sem Destino



Não sei porque não percebi,
que te lembrar só me consome,
talvez exales ainda aqui,
o aroma que o amor esconde...

Não sei porque não te esqueci,
e preferi noites insones...
Não sei porque eu te menti,
se te perdi pra mim mesmo, no teu nome...

George Arribas
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Desencontro



O que diria de mim, meu coração
e sentiria por mim nos olhos meus,
se eu lhe negasse o ar de uma paixão,
e a uma grande amor então, dissesse adeus...

O que faria enfim, minha emoção
de passear sem fim com os sonhos meus,
se eu lhe partisse as asas da ilusão,
descolorindo tudo em todos os sonhos teus...

O que teria em mim ainda então,
se a alegria do amor eu me neguei,
se preferi colher a dor e a solidão,
não permitindo o amor que tanto amei...
George Arribas
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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Diria...

 

Quero dizer que te quero sempre mais,
como nunca fui capaz de dizer
o quanto eu quero...

Dizer que te espero como um nunca mais,
porque ninguém jamais te esperou
como eu te espero...

 Dizer que eu viveria mil vidas mais
mil vezes mais pra ser capaz,
de teu amor puro e sincero...

 Se for amor,
que seja então o amor do amor demais...

Sentindo em mim o teu calor,
sorrindo em mim a tua cor,
vivendo em mim a tua paz !
George Arribas
 

 
 
 
 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Amor Travesso

 

É o tempo que fere e que afiança
a sombra de uma dor que eu não mereço...
Entristecida, passeia então minha lembrança,
como herança de um amor só e travesso...

Se me chegasse a poesia procurada,
e eu me perdesse entre os seus versos por engano...
Que me levasse enganado e me enganando,
entre os quintais de um amor que não esqueço.

Estaria o tempo por fim determinando,
o momento como um inútil mensageiro...
Como um vento passado se passando,
como fútil, velho, frio e sorrateiro.
George Arribas




 
 

 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vendaval



Linda morena,
teu olhar me acena um leve adeus,
na paz dos céus, na flor que nunca soube dar...

Ouve que a música,
é um vendaval na paz de Deus,
louvado seja assim,
assim como o silêncio é ateu...

E só, és simplemente o fim 
a sensação de um despertar na rua.
E ao invés de descansar em mim,
recusas como farta a forma de meu verbo...

Linda morena,
quem sabe a pena desse olhar,
seja um adeus, dos céus num leve aceno teu !

George Arribas

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poeira


Trago no peito a poeira do caminho
transformada em lápide do passado
marca do tempo que refaço e avizinho
como uma sombra decalcada no traçado.

Os meus olhos seguem imagens em desalinho 
colando réstias e vultos em meus pedaços
escasseados retraços que adivinho
desatados e sozinhos em cada laço.
George Arribas

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estranho Alado



Esse canto é corte, é morte, é sanha
desbotando em meu leito um feio trato...
Uma loa valente, que arde e inflama,
as entranhas do peito estupefato...

Como saga de uma flor que assalta e assanha,
possuindo os amores que eu rechaço...
Estilhaço que fere, arrega e arranha,
a façanha aturdida em descompasso.

Uma  face sem cor de dor tamanha,
debruçada no espelho do abstrato...
Que transforma saudade em coisa estranha,
e exala em meu leito estranho extrato...
George Arribas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quadro Negro

Negro é o fundo, a imagem da janela...
O meu olhar por ela
corre à margem do segundo

Nela o meu instante é mais preciso
voar como indiviso...
Nuvens minha passarela...
George Arribas
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Capibaribe


Vejo o braço encantado desse rio
na ribeira valente do regaço
na corrente primeira eu desconfio
que a saudade permeia o desenlaço

Sou levado pelo tom do desafio
a beleza mais profunda desse traço
e no embaraço do tempo já tardio
permaneço e descanso o meu cansaço

Como passos descalços desse rio
os destroços assanhados do percalço
serpenteiam cantorias e assobios
arrepios que me lançam ao seu encalço
George Arribas
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terça-feira, 3 de maio de 2011

Homenagem do Portal do Poeta


Ao Portal do Poeta Brasileiro registro o meu sincero e profundo agradecimento
pela doçura e delicadeza dessa homenagem.
Obrigado de coração.
George Arribas

terça-feira, 8 de março de 2011

Flávia



Como ápice de um absurdo consentido
o não existir da mais bela criação...
O universo vazio e sem sentido,
sem poesia, sem cor, sem direção...

Não passaria por Deus despercebido
realçar Sua suma perfeição,
não criaria, Ele, o mundo abstraído,
do colorido, da alma e da razão.

Posto que ao fim de tudo concebido,
descansou o Criador como um qualquer...
Não sem antes ter tudo conferido,
e completar o triste homem com a mulher.
George Arribas
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Despedindo...


Só em meu canto permaneço e abuso
entre teu vulto, mais um gole de tristeza...
E embriago nesse sabor leve e confuso
a fantasia, a calma, a alma, o corpo, tudo !

E tudo é paz, tudo é fim nesse meu palco
onde enceno a cada hora, a cada tempo, um novo ato.
Esse é meu canto que abraça o mundo, entre a forma de teu vulto
Como se fosse irreal a despedida

George Arribas
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Meninando


... e por destino

serei tudo o que me atiras.
Serei menino das mentiras e das paixões.


George Arribas
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Brasília

Nesse palco que me acolhe em solidão
o meu coração despido é tua companhia...
Nas cercanias e alquimias do cerrado...
Errado amor...
Tão grande amor cor de Brasília

George Arribas
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meso a Meso


Uma parte de mim arde em mistério
como sombra caída na amplidão
repartida pelo o eco de um impropério
pervertendo toda a sorte da razão

Uma parte me reparte sem critério
outra parte me conduz sem direção
como descarte da arte em adultério
no estandarte faminto da ilusão
George Arribas
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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Negresia



Escreve a minha cor sem cor
- a cor que não se fez
Meu despudor descreve a dor de tua cor
- na cor sem vez...

Ufana a sensatez do amor
- que é flor dessa altivez
Porque é livre e emana amor
- a cor de tua tez

George Arribas