terça-feira, 15 de maio de 2018

Lia


E Lia ria pela estrada nua,
que se lhe abria como caminhada.
E perseguia uma ensandecida lua,
que se movia, como se fosse alada...

E Lia ria como quem fugia,
da primazia de uma sorte errada...
Que lhe valia uma envergonhada rua,
que lhe acolhia, como se fosse amada...

E Lia ria como lhe aprazia,
como quem sorria do que pranteava...
Chorava Lia como lhe cabia,
como bem queria, do que lhe tragava...

E ria Lia como quem urrava,
o que suportava, o que lhe doía...
Como quem amava, Lia não vivia.
Lia só morria, como quem vagava...

George Arribas

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