segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A Meretriz




Atriz de minha rua que atroz destino encontra,
o amor que faz de conta, num fado a morte nua.
Flutua pelo corpo gemidos de esperança,
que o tempo vil alcança e lança a um lago morto.

 No porto de tuas noites, os algozes e quimeras,
do acaso de quem eras servindo como açoites.
Com a lua então caminha - despida, a aprendiz
da vida que só quis ser vida e ser feliz.  

Atrás de minha rua a atriz nem se amedronta,
e vive o amor que encontra na cor de seus senhores.
E aninha seu escombro marcado por um triz...  

Riscado pelo giz do mal sem parcimônia,
no amor que se envergonha do palco,
dos atores na via dos horrores, na dor da meretriz.
George Arribas



8 comentários:

  1. Um texto muito bem elaborado, e um final excelente.

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  2. Lindo querido poeta, seus versos são precisos e intensos, desnecessário dizer o quanto admiro e me encanto cada vez mais com tal beleza...
    Beijos
    Vanessa

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  3. Lindo...há tanta delicadeza...que contagia o admirar das cenas, da tua "atriz" !

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  4. Temos que aprender a fazer laços e desejos nas estrelas, poucos vamos sentindo aquela velha magia a voltar,
    A deslizar por entre poros de suspiros esperançosos...
    bom fds amado poeta!
    bjs................

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  5. George,
    Achei lindo....
    vc é um iluminado.
    beijos

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  6. lindo...há tanta delicadeza...q contagia o admirar das cenas, da tua "atriz"

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  7. Parabéns Arribas !!!
    Que Deus continue iluminando sua sensibilidade, que se irradie em poesia e preencha a nossa atimosfera existencial.
    abraço,
    Antonio

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