segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A Folha e o Vento


Exulta a folha inculta do meu peito
Verde beleza dos mistérios revelada
Traz os mistérios da beleza o corpo estreito
Esguia imagem a insanos olhos desnudada

Sons sobre tons esverdeiam o desconexo
Desbotando uma aquarela livre, ilimitada
Onde centelhas divinas e seus reflexos
Fazem flagrantes em minha alma descuidada

E sem passadas dança a dança, a bailarina.
A partitura pelo vento desenhada
Descompassada tessitura bela e fina
Palco, cortina, do destino desfraldada.

Assombra-me a visão acre e profana
Da perfeita criação desfigurada
Triste soneto da razão, da força humana
Da lira maior força então divorciada.

Insulta tempo inculto esvoaçante
Movimenta o sacrossanto que acalma
O infinito, no meu peito claudicante
A corsária folha filha de minh´ alma.
George Arribas

4 comentários:

  1. Deus te ilumine e tu escrevas
    muito mais coisas para a nossa alma
    Maria Martha

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  2. Obrigada pelo presente....é assim que recebo
    estes poemas seus..como um presente.
    São lindos...

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  3. Maravilha poeta !!!
    Hildinha

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  4. "Sons sobre tons esverdeiam o desconexo, desbotando uma aquarela livre, ilimitada, onde centelhas divinas e seus reflexos fazem flagrantes em minha alma descuidada".
    Que coisa linda!
    Abraço!
    Brisa Northeast

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