sábado, 20 de junho de 2009

Morrer é Preciso



Ao contrário do que pensou e cantou o poeta Antonio Maria, navegar é preciso - morrer também é preciso.
Nós ligamos a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um grande erro.
Existem outros tipos de morte e para que possamos viver é preciso que muitas mortes ocorram diariamente.
A morte é uma transformação!
Sem a morte da semente é impossível existir a planta.
De igual forma impossível o embrião existir sem a morte do óvulo e do esperma.
E o que dizer da borboleta sem a morte da lagarta?
A morte é o ponto de partida para o início de algo novo - a fronteira definitiva entre duas realidades - passado e futuro.

Quer ter um bom relacionamento?
Mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém.

Que morra a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo, aproveite e mate também a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência.
O processo de evolução existencial exige que à medida do crescimento interior haja o esvaziamento e morte do "eu" passado – foi o que ensinou Jesus de Nazaré – é preciso que o homem esvazie-se de si mesmo.
E qual o risco que se corre agindo diferente?
O risco é imaginar ser possível ‘viver’ duas pessoas simultaneamente.
Muitos ficam estagnados e não evoluem. porque permanecem presos a coisas e fatos passados e não se projetam e não projetam coisas para o que serão ou desejam ser. Muitas pessoas são profundamente infelizes porque vivem algemadas ao calendário, vivem trazendo o passado para o presente inviabilizando o futuro.

Muitos querem uma nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam e então acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, tornam-se adultos profundamente infantilizados.

Existe uma criança dentro de nós e a grande virtude é amadurecer, mantendo as virtudes dessa criança.
Podemos e precisamos agir com a pureza e a docilidade da criança porque são imprescindíveis para a saúde mental; a brincadeira, o sorriso fácil, a vitalidade, a criatividade, a tolerância, a desimportância da razão em relação do ser feliz.
Ser adulto é deixar morrer os arroubos emocionais juvenis, sem arranhar a criança que enche a vida de vida e se manifesta na incandescente alegria dos olhos - janelas d´ alma.
O próprio Deus em Cristo Jesus assegura que se os teus olhos forem bons que grande luz emanará de teu corpo !

Para ser alguém melhor é preciso que muitas mortes aconteçam!
Para ser um melhor pai/ mãe, amigo/amiga, irmão/irmã, mestre, governante, cidadão/cidadã, sacerdote/líder – é preciso que morra o velho egocêntrico egoísta, que maquia e mascara as relações interpessoais.
Nunca somos o que dizemos e nunca dizemos o que somos.
É preciso que morra o impostor que vive em nós, porque o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem.
Assim, seja a nossa ‘língua’ como a pena de um habilidoso escritor e que nossa linguagem seja sim sim e não não – porque o que passa disso vem do maligno!
O renascer em Cristo é isso - encontrá-lo e seguí-lo, deixando morrer o velho homem para o mundo.
Essa é a morte que gera vida em abundância.
Pense sempre que hoje é só o começo de tudo e que o algo errado ainda está em tempo de ser mudado.
O resto de nossas vidas, de certa forma, ainda está em nossas mãos!
George Arribas
(textos adptados)
Posted by Picasa

3 comentários:

  1. Tenho morrido tantas vezes... De tantas formas...E em cada despedida de mim renascem as cinzas de um pouco de tudo que vivendo, construi. Belo texto.

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  2. Estou me entregando à morte, para enfrentar a vida renascida...

    Bjos! Valeu, anjo...

    Elsa

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  3. Mto obrigada pela oportunidade de ler este, pois estou no momento de morrer...quem sabe agora consiga morrer e entender

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