sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estranho Alado



Esse canto é corte, é morte, é sanha
desbotando em meu leito um feio trato...
Uma loa valente, que arde e inflama,
as entranhas do peito estupefato...

Como saga de uma flor que assalta e assanha,
possuindo os amores que eu rechaço...
Estilhaço que fere, arrega e arranha,
a façanha aturdida em descompasso.

Uma  face sem cor de dor tamanha,
debruçada no espelho do abstrato...
Que transforma saudade em coisa estranha,
e exala em meu leito estranho extrato...
George Arribas