sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estranho Alado



Esse canto é corte, é morte, é sanha
desbotando em meu leito um feio trato...
Uma loa valente, que arde e inflama,
as entranhas do peito estupefato...

Como saga de uma flor que assalta e assanha,
possuindo os amores que eu rechaço...
Estilhaço que fere, arrega e arranha,
a façanha aturdida em descompasso.

Uma  face sem cor de dor tamanha,
debruçada no espelho do abstrato...
Que transforma saudade em coisa estranha,
e exala em meu leito estranho extrato...
George Arribas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quadro Negro

Negro é o fundo, a imagem da janela...
O meu olhar por ela
corre à margem do segundo

Nela o meu instante é mais preciso
voar como indiviso...
Nuvens minha passarela...
George Arribas
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Capibaribe


Vejo o braço encantado desse rio
na ribeira valente do regaço
na corrente primeira eu desconfio
que a saudade permeia o desenlaço

Sou levado pelo tom do desafio
a beleza mais profunda desse traço
e no embaraço do tempo já tardio
permaneço e descanso o meu cansaço

Como passos descalços desse rio
os destroços assanhados do percalço
serpenteiam cantorias e assobios
arrepios que me lançam ao seu encalço
George Arribas
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terça-feira, 3 de maio de 2011

Homenagem do Portal do Poeta


Ao Portal do Poeta Brasileiro registro o meu sincero e profundo agradecimento
pela doçura e delicadeza dessa homenagem.
Obrigado de coração.
George Arribas

terça-feira, 8 de março de 2011

Flávia



Como ápice de um absurdo consentido
o não existir da mais bela criação...
O universo vazio e sem sentido,
sem poesia, sem cor, sem direção...

Não passaria por Deus despercebido
realçar Sua suma perfeição,
não criaria, Ele, o mundo abstraído,
do colorido, da alma e da razão.

Posto que ao fim de tudo concebido,
descansou o Criador como um qualquer...
Não sem antes ter tudo conferido,
e completar o triste homem com a mulher.
George Arribas
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Despedindo...


Só em meu canto permaneço e abuso
entre teu vulto, mais um gole de tristeza...
E embriago nesse sabor leve e confuso
a fantasia, a calma, a alma, o corpo, tudo !

E tudo é paz, tudo é fim nesse meu palco
onde enceno a cada hora, a cada tempo, um novo ato.
Esse é meu canto que abraça o mundo, entre a forma de teu vulto
Como se fosse irreal a despedida

George Arribas
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Meninando


... e por destino

serei tudo o que me atiras.
Serei menino das mentiras e das paixões.


George Arribas
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Brasília

Nesse palco que me acolhe em solidão
o meu coração despido é tua companhia...
Nas cercanias e alquimias do cerrado...
Errado amor...
Tão grande amor cor de Brasília

George Arribas
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meso a Meso


Uma parte de mim arde em mistério
como sombra caída na amplidão
repartida pelo o eco de um impropério
pervertendo toda a sorte da razão

Uma parte me reparte sem critério
outra parte me conduz sem direção
como descarte da arte em adultério
no estandarte faminto da ilusão
George Arribas
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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Negresia



Escreve a minha cor sem cor
- a cor que não se fez
Meu despudor descreve a dor de tua cor
- na cor sem vez...

Ufana a sensatez do amor
- que é flor dessa altivez
Porque é livre e emana amor
- a cor de tua tez

George Arribas


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lembranças...


Vim de muito longe na distância
Cheio de esperança de encontrar...
Quem me olha os olhos, só lembrança !
Pensa até que é fácil não chorar
George Arribas
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sorrindo...

Sorri a tua forma última, sorrateira
É o teu sinal mais forte e vigoroso...
Sorri entre os umbrais o canto mais teimoso
Te colorindo forte e a morte desespera...

Sorri como o encantado sorri com a primavera...
É finamente assim o teu mote presunçoso
Sorri em teus finais o encontro primoroso
Redescobrindo o norte onde a sorte reverbera

Sorri a derradeira espera que o teu ser deleita
Como volvendo arriba o lado mais formoso
Reescrevendo estriba o porte talentoso
Que a vida incita e a tua existência enfeita...
George Arribas
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domingo, 6 de dezembro de 2009

Serra Talhada

Sertão de talhadas serras
Dentro de mim é teu chão
Lembranças que guardas e que encerras
Talhadas em meu coração

Sertão talhasse essas terras
Marcando assim o meu viver
Aonde eu for vais comigo
E aonde eu for és meu ser

Talhasse serras douradas
Que embaçam a minha visão
No rastro das tuas toadas
de sol, de luar e sertão
George Arribas
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Meus Olhos

Meus olhos aquietam a minha alma
Despindo-me por onde vou
Infantes vão entre as calles
Incautos por entre a dor

Meus olhos e minhas lembranças
Bordados de mundos que eu vi
Porções preciosas de tempo
Que em tantos portos perdi

Segui olhos cegos e insanos
Presas tão fáceis dos meus
Cruéis servis dos enganos
Nas armadilhas do adeus
George Arribas

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Moinhos...

Partindo ágil a criativa pena...
Encena a régia sorte fria da quimera
Deslizando suave vai e encontra a primavera
Ouvindo a lua entardecendo uma canção

O coração reflete a luz que abriga a ansiosa espera...
Revela ao dia o que a noite não revela
Entre os ventos e moinhos da razão
George Arribas
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Dona da Aldeia


Vejo sinais além do cais...
Como quintais a mais na areia
Velando velas zenitais
Que atroz voraz o vento ateia

Por entre umbrais escuto os ais
Dos frios punhais que a dor golpeia
Em profundezas abissais
Dona demais da minha aldeia
George Arribas
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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Minhas Calçadas


Volto as minhas instâncias juntando pedaços de mim
como quem volta às lembranças guardadas até o fim.
Marcas manchadas de tempo pelas calçadas lancei
imagens demais preciosas pelas distâncias que andei...

E ainda que bem fizesse no entardecer da idade
a minha prima vontade, querendo o que mais queria...

Eu beberia saudade na taça da eternidade
sabendo que a mocidade com o vento então voaria...
E acordaria mais tarde ouvindo meu grito covarde
no tempo da dor tardia...
George Arribas
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Amigos e Poetas

Quando verdadeiros,
amigos e poetas são raros e valiosos

Amigos tornam-se amigos apesar das semelhanças e diferenças

pensamentos e ideais...

Amigos tornam-se amigos pela liga invisível e indivisível do amor.
Poetas emolduram com palavras o quadro da vida,
eternizando a tela efêmera da existência humana.

Poetas e amigos são vértices que se unem para conjugar 

os versos da emoção do existir no modo presente,  futuro
e eternamente...
George Arribas

sábado, 25 de julho de 2009

Poema do Engano



Que poema é esse que se escreveu em mim,
 riscando em mim o sentimento meu...
Cruzando o meu entendimento e assim
me decompondo diante do que nunca leu

Que poema é esse que se esqueceu em mim,
que esqueceu do fim e que partiu ateu...
Poema meu que me ardeu em mim
encruzilhando em mim, me reescrevendo seu

Poema meu que me enganou de mim...

George Arribas
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Boneca de Pano

E eu te vestia e te montava nos meus planos
Tu permitias a desvalida estupidez
De insensatez te costurei pelos meus anos
Traçando enganos em versos insanos meus - talvez...

E eu te seguia e tu me vias sem teus panos
Que desfilavam insistindo a tua tez
Como freguês da dor talvez eu te rasgava
Me premiando como um engano teu sem vez
George Arribas
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domingo, 28 de junho de 2009

Continuarei...

Como um mote contínuo...

Continuarei a acreditar, mesmo que todos percam a esperança...
Continuarei a amar, ainda que todos destilem ódio...
Continuarei a construir, ainda que os outros tudo destruam...
Continuarei a falar de Paz, ainda que no meio de muitas guerras...

Continuarei como luz, mesmo que tudo se faça escuridão...
Continuarei a semear, ainda que todos pisem na colheita...
E continuarei a gritar, ainda que todos se calem, para desenhar sorrisos nas faces
marcadas pelas lágrimas da agonia.

E transmitirei alívio, aonde quer que eu veja a dor...
E oferecerei motivos de alegria, mesmo que só existam razões para tristeza...
Convidarei a caminhar todos aqueles que já decidiram sair da caminhada...
E levantarei os braços daqueles que já exaustos da vida que se sentirem...

Continuarei assim...
- Porque sei que no meio da desolação sempre haverá alguém que olhará esperançada, querendo algo de mim...
- Porque sei que no meio de uma tormenta, por algum lado sairá o sol e no meio do deserto, crescerá uma planta forte como o vento e bela como a manhã...
- Porque sei que sempre haverá um pássaro que irá cantar, uma criança que irá sorrir e uma borboleta que brindará a beleza da liberdade com a sua presença...

Porém...
Se algum dia vires que eu já não caminho ou não sorrio mais como antes...
Se algum dia vires que diante das coisas eu simplesmente olho e calo - aproxima-te de mim apenas.
Saber da tua presença fará sorrir a minha alma...
Dá-me um beijo, um abraço e oferece-me um sorriso, isso será o bastante, pois seguramente me terei esquecido de que a vida me acabrunhou e me surpreendeu por um momento.
Mas um gesto teu...
Um gesto teu será suficiente para me levar de volta ao meu caminho...
Disso tu nunca esqueças!
George Arribas
(texto adaptado)
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sábado, 20 de junho de 2009

Morrer é Preciso



Ao contrário do que pensou e cantou o poeta Antonio Maria, navegar é preciso - morrer também é preciso.
Nós ligamos a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um grande erro.
Existem outros tipos de morte e para que possamos viver é preciso que muitas mortes ocorram diariamente.
A morte é uma transformação!
Sem a morte da semente é impossível existir a planta.
De igual forma impossível o embrião existir sem a morte do óvulo e do esperma.
E o que dizer da borboleta sem a morte da lagarta?
A morte é o ponto de partida para o início de algo novo - a fronteira definitiva entre duas realidades - passado e futuro.

Quer ter um bom relacionamento?
Mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém.

Que morra a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo, aproveite e mate também a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência.
O processo de evolução existencial exige que à medida do crescimento interior haja o esvaziamento e morte do "eu" passado – foi o que ensinou Jesus de Nazaré – é preciso que o homem esvazie-se de si mesmo.
E qual o risco que se corre agindo diferente?
O risco é imaginar ser possível ‘viver’ duas pessoas simultaneamente.
Muitos ficam estagnados e não evoluem. porque permanecem presos a coisas e fatos passados e não se projetam e não projetam coisas para o que serão ou desejam ser. Muitas pessoas são profundamente infelizes porque vivem algemadas ao calendário, vivem trazendo o passado para o presente inviabilizando o futuro.

Muitos querem uma nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam e então acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, tornam-se adultos profundamente infantilizados.

Existe uma criança dentro de nós e a grande virtude é amadurecer, mantendo as virtudes dessa criança.
Podemos e precisamos agir com a pureza e a docilidade da criança porque são imprescindíveis para a saúde mental; a brincadeira, o sorriso fácil, a vitalidade, a criatividade, a tolerância, a desimportância da razão em relação do ser feliz.
Ser adulto é deixar morrer os arroubos emocionais juvenis, sem arranhar a criança que enche a vida de vida e se manifesta na incandescente alegria dos olhos - janelas d´ alma.
O próprio Deus em Cristo Jesus assegura que se os teus olhos forem bons que grande luz emanará de teu corpo !

Para ser alguém melhor é preciso que muitas mortes aconteçam!
Para ser um melhor pai/ mãe, amigo/amiga, irmão/irmã, mestre, governante, cidadão/cidadã, sacerdote/líder – é preciso que morra o velho egocêntrico egoísta, que maquia e mascara as relações interpessoais.
Nunca somos o que dizemos e nunca dizemos o que somos.
É preciso que morra o impostor que vive em nós, porque o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem.
Assim, seja a nossa ‘língua’ como a pena de um habilidoso escritor e que nossa linguagem seja sim sim e não não – porque o que passa disso vem do maligno!
O renascer em Cristo é isso - encontrá-lo e seguí-lo, deixando morrer o velho homem para o mundo.
Essa é a morte que gera vida em abundância.
Pense sempre que hoje é só o começo de tudo e que o algo errado ainda está em tempo de ser mudado.
O resto de nossas vidas, de certa forma, ainda está em nossas mãos!
George Arribas
(textos adptados)
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terça-feira, 26 de maio de 2009

Ser poeta é...



Alma Perfumada

"Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta,
de sol quando acorda, de flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.

O tempo é outro e a vida fica com a cara
que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus,
de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.

Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem
e que alguns são invisíveis.

Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa
e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas,
pode ser abril, mas parece manhã de Natal
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus
acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.

Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.

Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.

Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro e que a atração
que realmente nos move não passa só pelo corpo,
corre em outra veia e pulsa em outro lugar.

Ao lado delas,
a gente lembra que no instante
em que rimos Deus está conosco,
juntinho ao nosso lado e a gente ri grande
que nem menino arteiro.

Tem gente, COMO VOCÊ,
que nem percebe como tem a alma perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus. "

***
O poema e a música do vídeo forma presentes
que eu recebi de pessoas que têm a alma perfumada,
com o mesmo aroma de Deus !
É bom saber que elas estão sempre ao lado,
porqque sem elas o meu mundo ficaria um tanto sem graça.
..
George Arribas
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segunda-feira, 4 de maio de 2009

João e Maria


Caminhas comigo no ventre,

Te vejo em minhas visões

De amor fecundo e pungente

Em mim batem dois corações


Que pulsarão para sempre

Com a face do amor que querias

No instante de tua semente

Até o final dos meus dias


E quando chegares chorando,

Abrindo as janelas do mundo

Sentindo o amor te tocando

Tão doce, singelo e profundo


Sentirás que a ti eu pertenço

Que pertences a minha alegria

Que és tudo o que eu vivo e o que penso

Que és João de tua eterna Maria

George Arribas

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(Poema carinhosamente dedicado a Maria Clara Barros enquanto Joãozinho ainda escondia o rostinho do mundo)

domingo, 26 de abril de 2009

Nunca Mais

Percorrendo ares, artimanhas e loucuras
Navegando valas nas manhãs das criaturas
Perseguindo sombras se atirando nas correntes
Reclamando falsas frias armadilhas de um presente
Os clarões, os dons, os sons das aventuras
Separando aguilhões nos tons das amarguras
Desistindo ávido, açoitando a dor somente
Resistindo ao tempo, insistindo um tempo mais demente

Ventos...
Outros não servem mais
Ventos de nunca mais
ventos de tanta cor

Tempo...
Outros serão de paz
Tempo querendo mais
tempo, canção e amor
George Arribas
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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Breve Poema Triste


Eu me escondi num breve poema triste
Que queria ser belo como o do Quitana
Mas era cinza demais - era só drama
Choupana de tristeza, dor e pena

Das incertas esperanças veio o medo
Crescente em breves cartas revirando
Como um barco à correnteza que adernando
Entre inúteis fortalezas de um bêbado...

Eu me escondi num triste poema breve
Guardando corpo e alma no armário
Cerzindo alegria ao vestuário
E horas de vazio a mão que escreve
George Arribas
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